IPA Estilo Livre, apesar do nome, não se trata propriamente de um estilo distinto, mas é mais apropriadamente pensada como uma categoria de entrada para concursos. Cervejas inseridas nesse estilo não são cervejas experimentais; são uma coleção de tipos de cervejas atualmente produzidas que podem ou não ter qualquer longevidade de mercado. Esta categoria também permite expansão, então potenciais variantes de IPA futuras (St. Patrick’s Day Green IPA, Romulan Blue IPA, Zima Clear IPA, etc.) têm aqui um lugar para serem introduzidas sem a necessidade de refazer as diretrizes de estilo. O único elemento comum é que elas têm o equilíbrio e impressão geral de uma IPA (tipicamente, uma American IPA), mas com alguma variação.
O termo “IPA” é usado como um classificador descritivo de uma cerveja amarga e lupulada. Ele não se destina a ser explicitada como “India Pale Ale”, quando usado no contexto de uma IPA especializada, uma vez que nenhuma destas cervejas, historicamente, foi para a Índia, e muitos não são sequer claras (Pale). Mas o mercado de cerveja artesanal sabe o que esperar em equilíbrio quando uma cerveja é descrita como um “IPA” – assim, essas características distintivas são usadas para diferenciá-las dos outros estilos de cerveja e são baseados nesse conceito solitário.
Impressão Geral: reconhecível como uma IPA em equilíbrio – presença lupulada, amarga, pendendo ao seco – com algo mais presente para distingui-la de outras categorias. Deve ter boa drinkability, independentemente da forma. Aspereza excessiva e corpo pesado são tipicamente falhas. Deve haver um equilíbrio entre as características provenientes dos lúpulos e dos demais ingredientes especiais.
Aroma: Lúpulo detectável é exigido; caracterização de lúpulo é dependente do tipo específico de IPA desejada. Outros aromas podem estar presentes; aroma de lúpulo é tipicamente o elemento mais forte.
Aparência: A maioria se apresenta límpida, embora certos estilos com alta quantidades de adjuntos ricos em amido, ou versões com dry-hopping não filtradas podem ser ligeiramente turvas. Tipos mais escuros pode ser opacos tornando a limpidez irrelevante. Boa espuma, persistente.
Sabor: Sabor de lúpulo é tipicamente médio-baixo a alto, com qualidades dependentes das variedades utilizadas. Amargor é tipicamente médio-alto a muito alto. Sabor de malte geralmente baixo a médio. Final médio-seco a seco. Alguma presença de álcool pode ser notada nas variantes mais fortes. Vários tipos podem apresentar características adicionais de malte e fermento, dependendo do seu tipo específico.
Sensação de boca: macia, corpo médio-leve a médio-cheio. Um suave calor alcoólico pode e deve ser percebido nas versões mais fortes.
Instruções de Entrada: o participante deve especificar uma categoria (session, standard, double); se nenhuma graduação for especificada, a padrão será presumida. O participante deve mencionar o tipo específico de IPA seja a partir da biblioteca de tipos conhecidos e listados nesse guia, seja descrevendo o tipo de IPA pretendida, para que os juízes saibam o que esperar. Os participante podem especificar uma combinação de tipos de IPA’s (ex. Black Rye IPA). Os participantes podem usar essa categoria para a entrada de uma versão mais ou menos forte de uma IPA de outra categoria (ex. Session American ou English IPA) – exceto quando essa subcategoria já existir (ex. Double American IPA).
Sub-estilos Atualmente Definidos: Black IPA, Brown IPA, White IPA, Rye IPA, Belgian IPA, Red IPA.
Estatísticas Vitais: Variável por sub-estilo
Classificação por Intensidade:
Session – ABV: 3,0 – 5,0%
Standard – ABV: 5.0 – 7,5%
Double – ABV: 7,5-10,0%
Specialty IPA: Belgian IPA
Impressão Geral: Uma IPA com o frutado e o caráter condimentado derivados da utilização de levedura belga. Os exemplares da Bélgica tendem a ser de cor mais clara e mais atenuada, semelhante a um Tripel que foi produzida com mais lúpulo. Esta cerveja tem um perfil de sabor mais complexo e pode ser mais elevada em álcool do que um típica IPA.
Aroma: De lúpulo, moderado a alto, frequentemente com notas de frutas tropicais, frutas de caroço, cítrico, e como de pinho, típicos das veriedades americanas ou do Novo Mundo. Também são encontrados aromas florais e condimentados, indicando lúpulos europeus. Pode estar presente roma de grama verde cortada, devido ao dry-hopping. Aroma maltado de grãos doces, suave, com pouco ou nenhum caramelo. Ésteres frutados são moderados a alta e podem incluir aromas de bananas, peras e maçãs. Fenóis leves, como de cravo podem ser perceptíveis. Algumas vezes estão presentes aromas como de açúcar cândi belga.
Aparência: Cor dourada a âmbar. Espuma bege clarinho, de moderada a grande formação, com boa retenção. Bem límpida, mas pode ser bastante turva nos exemplares com dry-hopping.
Sabor: O sabor inicial é moderadamente condimentado e com esterificação associada com cepas de leveduras belgas. São comuns sabores como de cravo e de pimenta. Sabores de banana, pêra e maçã também são comuns. Os sabores de lúpulo são de intensidade moderada a alta e pode refletir variedades americanas ou do Novo Mundo, de frutas tropicais, frutas de caroço, melão, cítrico, de pinho ou sabores de lúpulo floral e condimentado do varietal Saaz. O sabor do malte é leve e granulado-doce, às vezes com baixo sabor de malte tostado ou caramelo, mas não é obrigatório. O amargor é alto e pode ser acentuada pelos sabores condimentados derivados da levedura. O final é seco a médio seco embora alguns exemplares têm um leve dulçor misturado com um amargor persistente.
Sensação de boca: O corpo é de médio a suave e varia devido ao nível de carbonatação e o uso de adjuntos. O nível de carbonatação é de médio a alto. Algumas versões com níveis mais elevados de álcool podem apresentar aquecimento, embora isto possa não ser facilmente evidente.
Comentários: A escolha da cepa de levedura e da variedade de lúpulos é crítica, pois muitas escolhas apresentarão um horrível conflito.
História: Um estilo relativamente novo, que começou a aparecer em meados da década de 2000 a 2010. Os cervejeiros caseiros (Homebrewers) e as microcervejarias simplesmente utilizaram levedura belga em suas receitas de American IPAs. Já cervejarias belgas adicionaram mais lúpulos em suas receitas de Tripel.
Ingredientes Característicos: Cepas de levedura belga utilizadas na elaboração de Tripel e Golden Strong Ale. Os exemplares americanos tendem a utilizar lúpulos americanos ou do Novo Mundo enquanto as versões belgas tendem a usar lúpulos europeus e somente maltes claros.
Comparação de estilos: Um cruzamento entre uma American IPA/Imperial IPA com uma Tripel ou uma Belgian Golden Strong Ale. Este estilo é pode ser mais condimentado, mais forte, mais seco e mais frutado do que uma American IPA.
Estatísticas Vitais:
OG: 1.058 – 1.080
FG: 1.008 – 1.016
IBUs: 50 – 100
SRM: 5 – 15
ABV: 6.2 – 9.5%
Exemplos Comerciais: Brewery Vivant Triomphe, Houblon Chouffe, Epic Brainless IPA, Green Flash Le Freak, Stone Cali-Belgique, Urthel Hop It
Etiquetas: Intensidade Alta, Cor clara, Fermentação Alta, América do Norte, Estilo Artesanal, família-ipa, Amarga, Lupulada
Fonte: BJCP / Tradução por: Mauro Manzali Bonaccorsi